domingo, 18 de outubro de 2009

Governo do Rio recusa ajuda da Força Nacional

"Não há necessidade de interferência da Força Nacional para ajudar o governo do Rio no combate à criminalidade", disse o ministro da Justiça", Tarso Genro, no início da noite deste sábado. Ele fez a afirmação ao comentar o confronto entre traficantes e policiais ocorridos hoje na capital fluminense. Os tiroteios provocaram 12 mortes --entre eles dois policiais--, a explosão de um helicóptero e o incêndio de, ao menos, dez ônibus.

Tarso Genro informou que conversou com o governador do Rio, Sérgio Cabral, sobre os tiroteios entre traficantes do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na zona norte do Rio, o que levou a polícia a intervir no confronto. De acordo com o ministro, Cabral disse que a Polícia Militar e a Polícia Civil têm equipamentos e condições suficientes para continuar o seu trabalho, cujo sucesso não depende de mais pessoal nem de mais armamentos, mas da continuidade das ações preventivas para o enfrentamento do crime.

O ministro afirmou que acontecimentos como os de hoje podem voltar a ocorrer e não devem significar abalo para o Comitê Olímpico Internacional, que escolheu a cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, ou provocar expectativas negativas em relação à realização da Copa do Mundo, em 2014 (o Rio será uma das doze cidades-sede do Mundial).

"Ao escolher a cidade, eles já tinham conhecimento do trabalho que vem sendo realizado na área da prevenção e que continuará, pois vem fazer face à omissão do Estado nas últimas décadas em relação à segurança pública', afirmou Tarso. Nos próximos anos, segundo ele, a cidade estará em melhores condições para sediar os eventos, porque os programas em execução vão preparar o Rio para recebê-los.

O governo federal poderá repor, em breve, o helicóptero destruído pelos traficantes, caso receba pedido do governo fluminense, segundo Tarso Genro. Ele afirmou que as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e as ações do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania) reduziram os espaços ocupados pelo tráfico de drogas. Por isso, assinalou, ocorrem fatos como os de hoje, nos quais territórios do crime começam a ser disputados por facções rivais.

Tarso Genro também se solidarizou com as famílias dos policiais mortos durante as operações.

Invasão

Os confrontos foram resultado de uma tentativa de invasão ao morro dos Macacos por traficantes do morro São João, em disputa por pontos de venda de drogas, na madrugada de hoje. O morro São João é controlado pela facção criminosa Comando Vermelho, enquanto o morro dos Macacos, pela ADA (Amigos dos Amigos).

No fim da tarde de hoje, o secretário da Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que as inteligências das polícias Civil e Militar do Rio tiveram conhecimento de que o morro dos Macacos, na zona norte, sofreria uma tentativa de invasão de traficantes rivais durante a madrugada.

Cerco

Após os confrontos, a PM montou um gabinete de crise no Batalhão da Tijuca e montou um cerco nos morros dos Macacos e de São João. Integram o grupo o coronel Mário Sergio Duarte, coronel Marcos Jardim do 1º Comando de Policiamento de Área da Capital, coronel Robson Rodrigues do Batalhão de Choque, o coronel do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Luiz Henrique, além dos chefes do Estado Maior, coronel Álvaro Garcia e coronel Carlos Eduardo Milagres.

Segundo a PM, um homem foi preso e um adolescente apreendido neste sábado. Mais cedo, a Polícia Militar tinha informado que o número de presos era de três.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u639542.shtml

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